Estratégia Regula Melhor – Decreto N 12.150 – 20 de agosto de 2024
“Estratégia Regula Melhor” – Decreto N 12.150 – 20 de agosto de 2024.
Novo Decreto Reforça a Segurança no Trabalho, Sustentabilidade e Governança Corporativa no Brasil
Recentemente, o Governo Federal publicou o Decreto nº 12.150, de 20 de agosto de 2024, que traz uma série de diretrizes inovadoras para o Programa Nacional de Regulamentação (PNR). Este decreto tem como objetivo modernizar e padronizar as políticas regulatórias em áreas estratégicas, alinhando as normas brasileiras aos melhores padrões internacionais.
Resumo do Decreto
O decreto estabelece uma estrutura robusta para o desenvolvimento de regulamentações que abordam áreas críticas como segurança no trabalho, sustentabilidade ambiental e governança corporativa.
Com foco na proteção dos trabalhadores, preservação ambiental e promoção de práticas empresariais éticas, o PNR se propõe a criar um ambiente regulatório mais eficiente e transparente.
Além disso, o decreto enfatiza a participação social e a importância de um alinhamento com os padrões internacionais, visando garantir competitividade e justiça no ambiente de negócios brasileiro.
Link para íntegra do Decreto 12.150
Áreas Contempladas no Decreto 12150
- Segurança no Trabalho: Regulamentações voltadas para a criação de ambientes de trabalho mais seguros, minimizando riscos ocupacionais e protegendo a saúde dos trabalhadores.
- Sustentabilidade Ambiental: Normas que incentivam práticas sustentáveis, promovendo a proteção do meio ambiente e o uso responsável dos recursos naturais.
- Governança Corporativa: Enfoque na transparência, ética e responsabilidade nas práticas de governança, assegurando que as empresas operem de forma justa e competitiva.
- Eficiência Regulamentar: Simplificação e modernização dos processos regulatórios para torná-los mais eficientes e menos burocráticos, sem comprometer a eficácia na proteção dos direitos.
- Alinhamento com Padrões Internacionais: Compromisso em harmonizar as normas brasileiras com as melhores práticas globais, garantindo que o Brasil permaneça competitivo no cenário internacional.
- Fiscalização e Controle: Implementação de mecanismos rigorosos de fiscalização para assegurar o cumprimento das normas estabelecidas e garantir a efetividade das regulamentações.
- Participação Social: Inclusão ativa de diversos setores da sociedade na formulação e implementação das regulamentações, garantindo que as normas sejam justas e reflitam as necessidades de todos.
Esta estrutura proposta no Decreto nº 12.150, de 20 de agosto de 2024 é composta por várias diretrizes e mecanismos que visam modernizar e fortalecer a regulamentação no Brasil, com um enfoque multidisciplinar e integrado.
Entendendo melhor a Estrutura Proposta
- Coordenação Interministerial: O decreto estabelece que a implementação e supervisão do Programa Nacional de Regulamentação (PNR) serão coordenadas por diferentes ministérios, incluindo o Ministério do Trabalho e Previdência Social, o Ministério do Meio Ambiente, e o Ministério da Economia. Essa coordenação interministerial assegura que as regulamentações sejam abrangentes, considerando aspectos econômicos, ambientais e sociais.
- Criação de Comitês Especializados: Para garantir que as regulamentações sejam constantemente avaliadas e aprimoradas, o decreto propõe a criação de comitês especializados. Esses comitês são formados por representantes dos ministérios envolvidos, além de especialistas de diversas áreas, incluindo segurança do trabalho, sustentabilidade e governança corporativa. Eles são responsáveis por monitorar a eficácia das normas, propor ajustes e garantir que as regulamentações estejam alinhadas com as melhores práticas internacionais.
- Participação Social: Um dos pilares da estrutura é a participação ativa de diferentes setores da sociedade. Empresas, ONGs, sindicatos, e outras entidades são incentivadas a contribuir para a formulação e implementação das regulamentações. Isso garante que as normas sejam equilibradas e reflitam as necessidades e preocupações de todos os envolvidos.
- Alinhamento com Padrões Internacionais: A estrutura do PNR enfatiza o alinhamento das regulamentações brasileiras com padrões internacionais, como os da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outras entidades globais. Isso é essencial para assegurar que as práticas no Brasil sejam competitivas e respeitadas no cenário global, promovendo um ambiente regulatório que seja ao mesmo tempo rigoroso e competitivo.
- Mecanismos de Fiscalização e Controle: Para assegurar o cumprimento das normas, o decreto estabelece a criação de mecanismos rigorosos de fiscalização. Isso inclui a utilização de tecnologia para monitorar e controlar as práticas das empresas, além de um sistema de sanções para aqueles que não cumprirem as regulamentações. A fiscalização é centralizada, mas com desdobramentos regionais, garantindo uma atuação mais próxima e eficiente em todo o território nacional.
- Eficiência Regulamentar: O decreto busca simplificar os processos regulatórios, eliminando burocracias desnecessárias e promovendo uma regulamentação mais clara e direta. Essa eficiência é alcançada por meio da modernização das normas existentes e da integração de novas tecnologias nos processos de regulamentação e fiscalização.
Essa estrutura proposta pelo decreto visa não apenas fortalecer as regulamentações existentes, mas também assegurar que elas sejam dinâmicas, eficientes e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças no cenário econômico e social.
Com essa abordagem, o governo espera promover um ambiente de negócios mais seguro, sustentável e competitivo no Brasil.
Órgãos Direta e Indiretamente Relacionados:
- Ministério do Trabalho e Previdência Social: Principal responsável pela coordenação das regulamentações relacionadas à segurança no trabalho e proteção dos direitos dos trabalhadores.
- Ministério do Meio Ambiente: Encarregado de supervisionar as regulamentações voltadas à sustentabilidade ambiental e práticas de proteção ambiental.
- Ministério da Economia: Atua na formulação e implementação de políticas que afetam o ambiente de negócios, incluindo a governança corporativa e a eficiência regulatória.
- Secretaria Especial de Previdência e Trabalho: Órgão vinculado ao Ministério do Trabalho, responsável pela formulação de políticas públicas e regulamentações relacionadas à segurança e saúde no trabalho.
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): Autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, que supervisiona e fiscaliza o cumprimento das normas ambientais no país.
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): Embora seu foco principal seja a saúde pública, a ANVISA está indiretamente envolvida na regulamentação de práticas seguras em ambientes de trabalho que envolvem o manuseio de produtos químicos e outros materiais que podem impactar a saúde.
- Agência Nacional de Mineração (ANM): Responsável por regular a exploração de recursos minerais, assegurando práticas sustentáveis e seguras na indústria de mineração, em conformidade com as normas de segurança no trabalho e proteção ambiental.
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM): Embora mais focada em governança corporativa no mercado de capitais, a CVM influencia práticas de transparência e ética empresarial que estão alinhadas com as diretrizes do decreto.
- Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC): Responsável pela supervisão dos fundos de pensão, garantindo que práticas de governança estejam alinhadas com as melhores práticas e regulamentos estabelecidos.
- Fundacentro: Órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, focado na pesquisa e desenvolvimento de políticas e práticas que promovam a segurança e a saúde no trabalho.
- Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): Órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que auxilia na formulação de políticas ambientais, incluindo aquelas que afetam diretamente as regulamentações de sustentabilidade.
- Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): Essas agências reguladoras têm um papel crucial na fiscalização de práticas de sustentabilidade e segurança em suas respectivas indústrias.
- Ministério da Saúde: Envolvido na regulamentação de práticas de saúde ocupacional e segurança, especialmente em ambientes de trabalho que podem impactar a saúde dos trabalhadores.
- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO): Vinculado ao Ministério da Economia, o INMETRO é responsável por regulamentar e fiscalizar padrões de qualidade e segurança de produtos e serviços, o que inclui equipamentos de proteção individual (EPIs) e outras ferramentas utilizadas no ambiente de trabalho.
- Ministério da Infraestrutura: Este ministério é relevante no contexto de regulamentações relacionadas à segurança em obras de infraestrutura, incluindo a construção civil, transportes e logística, setores fortemente regulamentados em termos de segurança no trabalho e sustentabilidade.
- Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN): Atua na regulamentação e fiscalização das normas de segurança no trânsito, incluindo o transporte de materiais perigosos e a segurança dos trabalhadores envolvidos em atividades de transporte.
- Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ): Responsáveis pela regulamentação e fiscalização dos setores de transporte terrestre e aquaviário, com foco na segurança operacional e na sustentabilidade das operações.
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI): Embora seu foco seja a inovação e o desenvolvimento tecnológico, o MCTI participa de iniciativas que promovem a sustentabilidade ambiental e a segurança, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis à segurança do trabalho e práticas sustentáveis.
- Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN): Órgão normativo do Sistema Nacional de Trânsito, que regulamenta normas de trânsito que podem impactar diretamente a segurança no trabalho, especialmente em setores que envolvem logística e transporte de materiais.
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Fornece dados estatísticos que podem ser utilizados para a formulação de políticas públicas e regulamentações nas áreas de segurança no trabalho, sustentabilidade e governança corporativa.
- Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA): Relacionada à regulamentação do uso sustentável dos recursos hídricos e saneamento, com impacto direto em práticas sustentáveis e de governança ambiental.
- Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE): Embora focado na concorrência econômica, o CADE está indiretamente relacionado à governança corporativa, uma vez que incentiva práticas empresariais éticas e transparentes, alinhadas com as diretrizes do decreto.
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): Indiretamente envolvido através da regulação de benefícios relacionados a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, áreas que são impactadas pelas práticas de segurança no trabalho.
- Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT): Órgão do Ministério Público do Trabalho que atua na fiscalização do cumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho, garantindo a proteção dos direitos dos trabalhadores.
- Tribunal Superior do Trabalho (TST): Embora seja um órgão judicial, o TST tem um papel relevante na interpretação e aplicação das regulamentações de segurança no trabalho e governança corporativa, influenciando a conformidade regulatória no país.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): Embora seja uma entidade privada, a ABNT é uma organização sem fins lucrativos. Desde sua fundação em 1940, ela trabalha junto com governos e com a sociedade para facilitar a comunicação e proporcionar benefícios e segurança para os consumidores.
O Decreto nº 12.150, de 20 de agosto de 2024, entra em vigor na data de sua publicação, ou seja, em 20 de agosto de 2024. Isso significa que as disposições e regulamentações estabelecidas pelo decreto passaram a ter validade legal a partir dessa data.
Impacto na Sociedade
Este decreto terá um impacto significativo em várias esferas da sociedade:
- Setor Empresarial: As empresas terão que se adaptar rapidamente às novas regulamentações de segurança no trabalho, sustentabilidade ambiental e governança corporativa. Isso pode exigir revisões nas políticas internas, investimentos em novos equipamentos de segurança, mudanças nos processos de produção para cumprir as normas ambientais, e a adoção de práticas mais transparentes e éticas.
- Ambiente e Sustentabilidade: O enfoque em sustentabilidade ambiental traz a necessidade de práticas mais responsáveis por parte das empresas e dos indivíduos. Isso incluirá desde a gestão adequada de resíduos até o uso consciente dos recursos naturais, o que contribuirá para a preservação do meio ambiente.
- Governança Corporativa: As empresas terão que adotar práticas de governança mais rigorosas, o que aumentará a transparência e a ética nas operações comerciais. Isso também pode aumentar a confiança dos investidores e melhorar a reputação das empresas, tanto no mercado nacional quanto internacional.
- Sociedade em Geral: Indiretamente, os consumidores e cidadãos também serão beneficiados, pois o decreto promove um ambiente de negócios mais justo e seguro. A proteção dos direitos dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente são fundamentais para o bem-estar da sociedade como um todo.
Esse decreto representa um passo importante na modernização das regulamentações brasileiras, alinhando-as com padrões internacionais e promovendo um desenvolvimento mais sustentável e seguro para o país.
Relevância do Decreto 12.150 (Estratégia Regula Melhor) para Profissionais de Compliance e ESG
Como especialista em Compliance Regulatório e em ESG, vejo este decreto como um marco importante para o fortalecimento das práticas de segurança, sustentabilidade e governança no Brasil. Ele não apenas reforça a importância de regulamentações bem estruturadas, mas também destaca a necessidade de um alinhamento contínuo com as melhores práticas internacionais.
Este é um momento oportuno para empresas e profissionais do setor revisarem suas políticas internas, garantindo que estejam em conformidade com as novas diretrizes e preparados para os desafios futuros. O compromisso com a segurança, sustentabilidade e governança não é apenas uma exigência regulatória, mas também uma vantagem competitiva que pode impulsionar a reputação e o sucesso das empresas.
Sugiro a todos os colegas que trabalham de alguma forma com Compliance, ESG e GRC que atentem para este decreto pois ele reforça e projeta para os próximos 10 anos o fortalecimento da estrutura regulatória brasileira tanto quanto aponta para integração global entre mercados e nações.
Essa integração global é essencial para garantir que as empresas brasileiras estejam em conformidade com as melhores práticas internacionais, promovendo um ambiente de negócios competitivo e ético. O decreto não apenas moderniza as normas existentes, mas também estabelece diretrizes que exigem das empresas uma adaptação rápida e eficaz, impulsionando a transparência, a responsabilidade corporativa e a sustentabilidade.
Com essas mudanças, espera-se que o Brasil não apenas siga as tendências globais, mas também se posicione como um líder em regulamentações que protejam os trabalhadores, o meio ambiente e os consumidores.
É um momento crucial para revisar políticas internas e se preparar para os desafios e oportunidades que essa nova estrutura regulatória traz para o cenário nacional e internacional.
Considerando também o crescimento exponencial das aplicações de IA e os desafios sociais de nossa realidade, algumas áreas de estudo e capacitação podem ser grandes alavancas para nossas carreiras e negócios consultivos, que são diretamente relacionados a Compliance Regulatório.
Dentre estas áreas de estudo, formação, capacitação destaco:
- Governança Corporativa e Ética Empresarial: Com o aumento da demanda por práticas empresariais transparentes e responsáveis, o estudo e a capacitação em governança corporativa são essenciais para garantir que as organizações operem de acordo com padrões éticos elevados.
- Direito Regulatório e Compliance: O conhecimento profundo das leis e regulamentações, tanto nacionais quanto internacionais, é fundamental para orientar as empresas em suas obrigações legais e assegurar conformidade em todas as operações.
- Gestão de Riscos e Controles Internos: Capacitar-se em identificar, avaliar e mitigar riscos é crucial para proteger as organizações de potenciais ameaças, especialmente em um ambiente regulatório em constante mudança.
- Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa (RSC): Com a crescente importância da sustentabilidade, a formação nessa área permite que profissionais ajudem as empresas a implementar práticas que protejam o meio ambiente e beneficiem a sociedade.
- Cibersegurança e Proteção de Dados: Com a digitalização crescente, a proteção de dados e a cibersegurança são áreas críticas para garantir a privacidade e a segurança das informações, especialmente em conformidade com regulamentações como a LGPD.
- Auditoria Interna e Externa: A auditoria é essencial para garantir que as práticas empresariais estejam em conformidade com as regulamentações e padrões de governança, oferecendo uma visão independente e objetiva das operações.
- Inteligência Artificial e Ética na Tecnologia: Com a IA se tornando cada vez mais integrada aos negócios, compreender sua aplicação ética e regulatória é crucial para garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e segura.
- Gestão de Sustentabilidade e ESG: Aprofundar-se nas práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance) permite que os profissionais contribuam para a criação de estratégias que alinhem os interesses empresariais com as demandas de sustentabilidade.
- Engenharia de Segurança do Trabalho: A segurança do trabalho continua sendo uma prioridade, e a formação nessa área capacita os profissionais a criar ambientes de trabalho seguros e a cumprir com as regulamentações de saúde e segurança.
- Análise de Dados e Big Data: A capacidade de analisar grandes volumes de dados para identificar padrões e tendências é uma competência valiosa, especialmente para profissionais que precisam monitorar conformidade e desempenho em tempo real.
Essas áreas de estudo e capacitação são essenciais para navegar com sucesso no complexo ambiente regulatório atual, ajudando a construir uma carreira sólida e contribuindo para o sucesso de negócios consultivos em Compliance, ESG e GRC.
Bons Estudos. Bom Trabalho.
Robson Escobar
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