World Development Report 2024 – A Armadilha da Renda Média
World Development Report 2024 – A Armadilha da Renda Média
Robson Escobar,
https://linkedin.com/in/robsonescobar
CEO Founder VIKON® Group
https://vikon.com.br
São Paulo, SP, Brasil, 19/08/2024
O “World Development Report 2024” do Banco Mundial aborda os desafios e as oportunidades enfrentados por países de renda média, como Brasil, México, Indonésia, Índia, África do Sul, Turquia, Colômbia, Vietnã, Egito e Filipinas, em sua jornada para alcançar o status de alta renda, evitando o que é conhecido como a “armadilha da renda média”.
O relatório identifica que muitos desses países, embora tenham conseguido sair da pobreza extrema, enfrentam dificuldades para continuar crescendo e se desenvolver de maneira sustentável. Isso se deve à dependência de estratégias econômicas que, embora eficazes em fases iniciais, começam a mostrar retornos decrescentes à medida que as economias amadurecem.
Para superar essas barreiras, o relatório propõe uma abordagem em três fases: investimento, infusão de tecnologias globais e, finalmente, inovação. Inicialmente, os países de renda média precisam focar em aumentar seus investimentos em infraestrutura e capital humano. Em seguida, devem adotar e adaptar tecnologias de economias mais avançadas, promovendo um ambiente propício à inovação doméstica. Esse processo não só impulsiona o crescimento econômico, mas também garante que os benefícios desse crescimento sejam amplamente distribuídos, promovendo a inclusão social e o respeito aos direitos humanos.
A capacidade de equilibrar forças de criação, preservação e destruição é fundamental para que esses países avancem de maneira sustentável, disciplinando os incumbentes e promovendo a meritocracia, especialmente em tempos de crise.
A relação entre desenvolvimento econômico e direitos humanos é evidente quando consideramos os impactos sociais da estagnação econômica. Países que permanecem na armadilha da renda média frequentemente veem um aumento das desigualdades sociais e econômicas, o que pode levar à violação de direitos fundamentais, como o acesso à educação, saúde e condições de trabalho dignas. O relatório sugere que, ao adotar políticas que promovam eficiência, inovação e sustentabilidade, esses países podem não apenas escapar da armadilha da renda média, mas também assegurar que os direitos humanos sejam respeitados e protegidos. A promoção de direitos econômicos, sociais e culturais, como o direito ao trabalho, à educação e à proteção social, está intrinsecamente ligada à capacidade de um país de inovar e crescer de forma sustentável.
O relatório destaca ainda que as economias de renda média enfrentam desafios complexos, como o envelhecimento da população, o aumento das dívidas e as tensões geopolíticas. Esses desafios, se não forem adequadamente gerenciados, podem agravar a exclusão social e econômica, exacerbando as violações de direitos humanos.
No entanto, com políticas orientadas para a equidade e o respeito aos direitos humanos, esses países podem promover um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável, onde o progresso econômico não ocorre à custa dos direitos das pessoas, mas sim em parceria com a promoção desses direitos. Assim, a ligação entre desenvolvimento econômico sustentável e direitos humanos torna-se um pilar central na agenda de crescimento dos países de renda média.
Finalmente, o relatório ressalta a importância de garantir que as políticas de desenvolvimento econômico sejam inclusivas e justas, reconhecendo que o crescimento econômico sustentável só pode ser alcançado se todos os segmentos da sociedade tiverem acesso a oportunidades e recursos.
A adoção de práticas que respeitem os direitos humanos, como a eliminação da discriminação e a garantia de condições de trabalho seguras e justas, não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia crucial para o sucesso econômico a longo prazo. Assim, ao promover uma economia que respeite e proteja os direitos humanos, os países de renda média podem criar sociedades mais justas e resilientes, preparadas para enfrentar os desafios futuros e alcançar o crescimento sustentável.
Separei alguns temas para análise mais aplicada, com base na experiência em projetos correlacionados e desafios que todos sabemos estar presentes em economias chamadas de Renda Média.
Superando a Armadilha da Renda Média com ESG e Sustentabilidade
A armadilha da renda média, conceito amplamente discutido no “World Development Report 2024” do Banco Mundial, refere-se à dificuldade que países de renda média enfrentam para continuar crescendo e alcançar o status de alta renda. Esses países, apesar de terem superado a pobreza extrema, frequentemente se veem estagnados, incapazes de evoluir suas estruturas econômicas de maneira que sustente o crescimento a longo prazo. O relatório sugere que, para superar essa armadilha, é essencial que essas economias adotem novas estratégias que vão além do investimento tradicional em infraestrutura e capital humano.
Um dos caminhos mais promissores para evitar essa estagnação é a adoção de práticas ESG (Environmental, Social, and Governance). O ESG, que se refere às práticas empresariais que levam em consideração o impacto ambiental, o bem-estar social e a governança corporativa, é cada vez mais reconhecido como um motor de inovação e crescimento sustentável.
Ao implementar práticas ESG, países de renda média podem não apenas atrair mais investimentos estrangeiros, mas também melhorar a eficiência econômica, reduzir desigualdades sociais e promover o uso sustentável dos recursos naturais.
No contexto do relatório, uma das tabelas mais reveladoras é a Tabela O.1, que destaca como os países de renda média contribuem com mais de 60% das emissões globais de CO2.
Isso ilustra a importância crucial de práticas ambientais rigorosas como parte das estratégias ESG. A implementação dessas práticas pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, que representam um risco significativo para a estabilidade econômica e social. Além disso, ao adotar práticas de governança que promovam a transparência e a responsabilidade, e ao focar em iniciativas sociais que reduzam a desigualdade, esses países podem criar um ambiente mais propício para a inovação e o crescimento econômico a longo prazo.
Assim, as práticas ESG não são apenas uma ferramenta de gestão de risco, mas também um catalisador para o desenvolvimento econômico sustentável, ajudando países de renda média a escapar da armadilha da renda média e a progredir rumo ao status de alta renda.
Governança e Compliance como Fundamentos para Economias Resilientes
A resiliência econômica é um conceito cada vez mais valorizado no cenário global, especialmente em tempos de crises e incertezas. O “World Development Report 2024” do Banco Mundial enfatiza que uma governança sólida e instituições robustas são cruciais para o desenvolvimento econômico sustentável. Em países de renda média, onde a transição para uma economia de alta renda enfrenta inúmeros desafios, a governança eficaz e as políticas de compliance desempenham um papel central na construção de uma base econômica resiliente e na mitigação de riscos em projetos de grande escala.
Governança forte se traduz em estruturas que garantem transparência, responsabilidade e participação. Estas características são essenciais para a criação de um ambiente de negócios estável e previsível, que é atrativo tanto para investidores nacionais quanto internacionais. Além disso, uma governança robusta promove a confiança pública nas instituições, essencial para a implementação bem-sucedida de políticas econômicas e sociais. O compliance, por sua vez, assegura que as práticas empresariais estejam alinhadas com as regulamentações locais e internacionais, prevenindo práticas ilícitas e garantindo que os projetos sejam executados de acordo com as normas estabelecidas.
O relatório destaca que países com instituições fracas enfrentam maior propensão a desacelerações econômicas, como evidenciado na Figura O.6, que correlaciona a força institucional com a probabilidade de crescimento econômico sustentado.
Essa correlação sublinha a necessidade urgente de fortalecer a governança e o compliance como estratégias para aumentar a resiliência econômica. Em projetos de grande escala, como os de infraestrutura e energia, onde o risco de corrupção e a má administração são elevados, políticas de compliance eficazes não só mitigam esses riscos, mas também asseguram que os benefícios econômicos e sociais sejam distribuídos de maneira justa e equitativa.
Portanto, ao reforçar a governança e implementar políticas de compliance rigorosas, países de renda média podem criar economias mais resilientes e sustentáveis, capazes de suportar choques externos e manter um crescimento econômico estável.
Essas práticas não são apenas boas para os negócios, mas também são essenciais para o desenvolvimento sustentável a longo prazo, proporcionando uma base sólida para que esses países possam escapar da armadilha da renda média e alcançar novos patamares de prosperidade.
Inovação em Energia Renovável: O Futuro dos Países de Renda Média
A transição energética é um dos desafios mais urgentes do século XXI, especialmente para os países de renda média que buscam equilibrar crescimento econômico com sustentabilidade ambiental. O “World Development Report 2024” do Banco Mundial destaca a necessidade crítica de tecnologias de baixa emissão de carbono para impulsionar o crescimento sustentável e reduzir a pegada de carbono global. Para esses países, a inovação em energia renovável não é apenas uma oportunidade de diversificação econômica, mas também um caminho para se posicionarem como líderes globais na nova economia verde.
Os países de renda média, como Brasil, Índia e Vietnã, possuem um enorme potencial para explorar fontes de energia renovável, como solar, eólica e biomassa.
Esses países, com recursos naturais abundantes e uma crescente demanda por energia, estão em uma posição única para liderar a revolução energética. No entanto, a inovação é a chave para transformar esse potencial em realidade. Isso significa investir em pesquisa e desenvolvimento para adaptar tecnologias globais às condições locais, bem como criar modelos de negócios que tornem as energias renováveis acessíveis e economicamente viáveis para a população em geral.
A Figura 6.3 do relatório exemplifica como a adoção de tecnologias de energia limpa está acelerando mais rapidamente em países de renda média do que em economias avançadas, embora o nível de adoção ainda seja menor.
Esta figura demonstra que, embora esses países estejam progredindo, há uma necessidade urgente de aumentar a inovação para alcançar uma adoção mais ampla e impactante. A inovação em energia renovável pode não apenas atender à crescente demanda interna, mas também posicionar esses países como exportadores de tecnologia verde, criando novos mercados e oportunidades de emprego.
Ao priorizar a inovação em energia renovável, os países de renda média podem quebrar o ciclo de dependência de combustíveis fósseis, reduzir suas emissões de carbono e estimular o crescimento econômico sustentável. Isso também lhes permite participar ativamente das cadeias de valor globais em setores emergentes, fortalecendo sua posição no cenário internacional. Portanto, a inovação em energia renovável não é apenas uma estratégia de desenvolvimento, mas um imperativo para garantir um futuro sustentável e próspero para esses países e para o mundo.
Desenvolvimento Sustentável e Redução da Desigualdade Social
A desigualdade social é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento econômico sustentável em muitos países de renda média. O “World Development Report 2024” do Banco Mundial enfatiza que, para alcançar um crescimento verdadeiramente inclusivo, é essencial que as estratégias econômicas sejam desenhadas não apenas para aumentar a renda, mas também para reduzir as disparidades sociais. Nesse contexto, a integração de práticas ESG (Environmental, Social, and Governance) pode ser uma ferramenta poderosa para enfrentar essas desigualdades e promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável.
Práticas de ESG, quando implementadas estrategicamente, podem abordar as raízes da desigualdade social de várias maneiras.
Em termos ambientais, elas garantem que os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável, protegendo as comunidades vulneráveis que muitas vezes dependem diretamente desses recursos para sua subsistência.
No aspecto social, as práticas ESG podem incluir políticas que promovem a inclusão, como salários justos, igualdade de gênero, diversidade no local de trabalho e investimentos em educação e saúde para comunidades carentes.
Na governança, elas garantem que as decisões corporativas sejam tomadas de forma transparente e ética, prevenindo práticas que possam exacerbar a desigualdade, como a corrupção e a exploração laboral.
Uma das evidências mais significativas apresentadas no relatório é a Figura 5.4, que mostra a alta correlação entre desigualdade de renda e mobilidade social intergeracional.
Essa figura sublinha a importância de práticas sociais eficazes dentro do framework ESG, que podem melhorar a mobilidade social ao oferecer mais oportunidades para aqueles em desvantagem. Ao garantir que todos os membros da sociedade tenham acesso a oportunidades iguais, as práticas ESG ajudam a construir uma economia onde o crescimento é compartilhado por todos, não apenas por uma pequena elite.
Portanto, a integração de práticas ESG não é apenas uma questão de responsabilidade corporativa, mas uma estratégia essencial para reduzir a desigualdade social e garantir que o desenvolvimento econômico seja inclusivo e sustentável. Ao abordar as questões ambientais, sociais e de governança de maneira holística, os países de renda média podem criar economias mais justas, onde o progresso econômico vai de mãos dadas com o bem-estar social.
O Papel da Ética e da Sustentabilidade na Governança Corporativa
Em um mundo onde as expectativas sobre o comportamento corporativo estão mudando rapidamente, a ética e a sustentabilidade se tornaram componentes indispensáveis da governança corporativa. O “World Development Report 2024” do Banco Mundial enfatiza que práticas éticas e sustentáveis não são apenas boas para a sociedade e o meio ambiente, mas também fundamentais para a inovação e o crescimento econômico sustentável. A incorporação desses princípios na governança corporativa é, portanto, essencial para o sucesso a longo prazo de qualquer organização, especialmente em economias de renda média que buscam se destacar em um mercado global cada vez mais competitivo.
A ética na governança corporativa se refere à adoção de práticas transparentes, responsáveis e justas que garantem que as decisões empresariais levem em conta os interesses de todos os stakeholders, incluindo funcionários, clientes, investidores e a comunidade em geral. A sustentabilidade, por sua vez, exige que as empresas adotem uma abordagem de longo prazo, considerando o impacto ambiental e social de suas operações.
Essas práticas ajudam a construir confiança entre os stakeholders e a mitigar riscos que podem comprometer o desempenho futuro da empresa. Além disso, a sustentabilidade impulsiona a inovação ao incentivar as empresas a desenvolverem produtos e processos que sejam ambientalmente responsáveis e socialmente inclusivos.
O relatório destaca, na Figura 7.6, como a governança corporativa fraca, caracterizada por práticas antiéticas e falta de sustentabilidade, pode restringir o crescimento econômico, especialmente em países de renda média.
Aqui é mostrado que mercados com regulamentações frouxas e pouca supervisão tendem a ser dominados por poucos grandes grupos empresariais, o que limita a competição e a inovação. Em contraste, empresas que adotam princípios éticos e sustentáveis estão mais bem posicionadas para inovar e crescer, uma vez que são vistas como mais confiáveis e estão mais preparadas para enfrentar desafios futuros.
Portanto, a ética e a sustentabilidade na governança corporativa não são apenas boas práticas, mas sim pilares essenciais para garantir o sucesso a longo prazo das empresas. Ao integrar esses valores em suas operações diárias, as organizações podem não apenas melhorar sua reputação, mas também criar valor duradouro para todos os seus stakeholders, garantindo um crescimento econômico mais sustentável e inclusivo.
Para os países de renda média, que estão na vanguarda das mudanças econômicas globais, essas práticas são especialmente críticas para se posicionarem como líderes em um mercado cada vez mais consciente e exigente.
Educação Profissional como Catalisador de Inovação e Crescimento
No atual cenário econômico global, a educação profissional emerge como um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento de habilidades que impulsionam a inovação e o crescimento econômico. O “World Development Report 2024” do Banco Mundial sublinha a importância crítica de investir na educação e no desenvolvimento de habilidades para preparar a força de trabalho do futuro. Em países de renda média, onde a transição para uma economia baseada em inovação é essencial para escapar da armadilha da renda média, a educação profissional desempenha um papel vital na criação de líderes e profissionais capacitados para enfrentar os desafios do mercado moderno.
A educação profissional, ao focar em habilidades práticas e aplicáveis, oferece aos indivíduos as ferramentas necessárias para se adaptarem às mudanças rápidas no mercado de trabalho, especialmente em setores como tecnologia, energia renovável e indústria. Instituições como a VIKON, que se dedicam à educação profissional, são fundamentais para formar líderes inovadores que não apenas compreendem as demandas do mercado, mas também são capazes de promover mudanças significativas em suas áreas de atuação. Ao oferecer programas de treinamento especializados, a VIKON prepara pessoas para assumir posições estratégicas em suas respectivas indústrias, contribuindo para o crescimento econômico sustentável e para a competitividade global de seus países.
O relatório ilustra na Figura 8.1 como os países que conseguiram fazer a transição de economias de renda média para alta renda investiram pesadamente na educação, particularmente em habilidades que promovem a inovação.
Esse gráfico destaca a correlação entre a qualidade da educação e a capacidade de uma economia de inovar e crescer.
Os programas educacionais desenvolvidos pelo Grupo VIKON e seus parceiros como a VERSA Edu, 5G Engenharia, LGPD Business, Sinnergia Edu Profissional, Intelek Systems do Brasil e a UNI VIKON, como instituições de educação profissional, alinha-se a essa estratégia global, oferecendo programas educacionais que não apenas desenvolvem habilidades técnicas, mas também fomentam o pensamento crítico, a criatividade e a capacidade de resolver problemas complexos.
Assim, a educação profissional não é apenas uma ferramenta para o desenvolvimento de habilidades individuais, mas um catalisador para a inovação e o crescimento econômico em larga escala.
Ao preparar líderes e profissionais para os desafios do mercado moderno, instituições como a VIKON desempenham um papel crucial na construção de economias mais fortes, resilientes e inovadoras. Para países de renda média, que buscam se destacar em um ambiente global competitivo, investir na educação profissional é uma estratégia essencial para alcançar um futuro próspero e sustentável.
Robson Escobar,
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